Fim da reeleição no Brasil

Fim da reeleição no Brasil avança no Senado Federal

Nacional Política
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Publicado em 26/05/2025 às 08:35 | Atualizado 26/05/2025 às 08:35 por felipetommyreal


PEC aprovada na CCJ extingue reeleição para prefeitos, governadores e presidente, e aumenta mandatos; proposta ainda precisa passar pelo plenário.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (21) a proposta que institui o fim da reeleição no Brasil para cargos do Executivo.

A medida, apresentada por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), altera as regras eleitorais, estabelecendo um novo cenário político nacional.

O texto segue agora para o plenário do Senado. Para ser aprovada, a PEC precisa do voto favorável de pelo menos 49 senadores, em dois turnos. Caso avance, ainda passará pela Câmara dos Deputados.

O que muda com a PEC?

A principal mudança é o fim da reeleição no Brasil para presidente, governadores e prefeitos.

Atualmente, esses cargos podem disputar um segundo mandato consecutivo. Com a nova regra, essa possibilidade será eliminada gradualmente.

  • Prefeitos eleitos em 2024 ainda poderão tentar reeleição.
  • A partir de 2028, novos prefeitos não terão direito à recondução.
  • Para presidente e governadores, a última reeleição possível será em 2030.

Aumento dos mandatos

Além do fim da reeleição, a PEC também aumenta o tempo de mandatos para cargos eletivos.

  • Presidentes e governadores: mantêm quatro anos até 2030.
  • A partir de 2034, passarão a ter mandatos de cinco anos.
  • Prefeitos e vereadores eleitos em 2028 terão mandatos de seis anos.
  • A partir de 2034, todos os mandatos serão de cinco anos.

Mudanças no Senado

A proposta também transforma o modelo de renovação do Senado. Atualmente, a Casa é renovada por terços. A partir de 2034, será renovada integralmente a cada eleição.

Para isso, haverá uma transição:

  • Senadores eleitos em 2026 terão mandatos de nove anos.
  • Os eleitos em 2030, cinco anos.
  • A partir de 2034, todos terão mandatos unificados.

Eleições unificadas

Hoje, as eleições gerais e municipais ocorrem com dois anos de diferença. A proposta muda esse cenário:

  • A partir de 2034, todas as eleições ocorrerão no mesmo ano.
  • De vereador a presidente, todos os cargos serão disputados no mesmo pleito.

O relator da proposta, senador Marcelo Castro (MDB-PI), argumenta que a unificação reduzirá gastos e evitará a constante instabilidade provocada por campanhas eleitorais seguidas.

Reações e contexto histórico

O debate sobre o fim da reeleição vem ganhando força. Criada em 1997, a regra atual permitiu a recondução de presidentes como FHC, Lula e Dilma.

O próprio FHC admitiu posteriormente que a mudança foi um “erro”. Agora, a PEC busca dar novo fôlego à política nacional, defendendo mandatos mais longos e focados na gestão.

Desfecho no Congresso

A proposta precisa de amplo apoio no plenário do Senado e, em seguida, será analisada pela Câmara. Caso aprovada, representará uma das maiores reformas eleitorais do país nas últimas décadas.