Publicado em 04/12/2024 às 14:24 | Atualizado 04/12/2024 às 19:13 por felipetommyreal
Atividade acadêmica sobre o caso Menendez destaca abusos, debates intensos e vitória da defesa.
Estudantes de Direito vencem júri simulado do caso Menendez
Estudantes vencem júri simulado do caso Menendez, mostrando preparo e habilidade jurídica. A atividade explorou abuso familiar, traumas e questões éticas, desafiando os participantes. O júri simulado foi proposto pelo docente Dionis Soares, PHD em Psicologia, e realizado pela turma de Direito da FADESA – Faculdade para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, integrando alunos de diferentes áreas do conhecimento. Ele destacou: “A proposta do júri no primeiro semestre é promover as habilidades e competências que são necessárias para o operador do direito, como oratória e debates de ideias. […] A experiência sempre é muito boa, e fiquei bastante contente com o resultado desse processo e muito feliz pela turma ter abraçado essa ideia.”
A defesa apresentou provas de abuso sofrido pelos irmãos Lyle e Erik Menendez, reforçando sua narrativa com laudos e depoimentos. Por outro lado, a acusação insistiu na premeditação e alegou que o crime foi motivado por dinheiro. Contudo, debates intensos e emocionantes provaram a força dos argumentos da defesa.
O caso, embora fictício, trouxe à tona questões importantes para o Direito. A simulação destacou a importância de compreender o impacto do abuso no comportamento humano e no sistema de justiça.
Provas e depoimentos marcaram o júri
No júri simulado, os estudantes atuaram como promotores, advogados de defesa, juízes e jurados. A defesa utilizou cartas escritas por Erik, depoimentos de especialistas e laudos psicológicos. Além disso, exibiram o vídeo original de Lyle Menendez, peça central do debate.
A acusação tentou desqualificar as provas, alegando falta de coerência na narrativa dos réus. No entanto, não apresentou testemunhas suficientes para reforçar suas alegações de premeditação. Esse detalhe fortaleceu a estratégia da defesa, que explorou o histórico de abusos vividos pelos réus.

Os jurados consideraram as evidências e decidiram pela internação dos réus em um centro psiquiátrico. Diferentemente do caso real, em que Lyle e Erik foram condenados à prisão perpétua, o júri simulado optou por “absolver” os réus do sistema penal, reconhecendo a importância de um tratamento psicológico adequado.

Debates intensos e vitória da defesa
O ponto alto do júri simulado foi o embate entre acusação e defesa. A equipe de defesa enfatizou o impacto dos abusos e as reações emocionais dos réus. Os advogados utilizaram argumentos racionais e emocionais para envolver os jurados.
Por outro lado, a acusação enfrentou o desafio de apresentar argumentos consistentes em um caso tão delicado. Jefferson Oliveira, que desempenhou o papel de promotor, destacou a experiência: “Como Promotoria Pública, a vivência do caso dos irmãos Menendez foi muito desafiadora, com um caso muito complexo, mas que nos aproximou ainda mais para fazermos e entendermos como funciona o sistema jurídico. Como discente do curso de Direito, me sinto ainda mais encorajado a seguir percurso do aprendizado para assim conseguir alcançar a justiça branda e sincera.”

O júri, composto por estudantes da mesma turma, desempenhou um papel essencial ao avaliar as provas e tomar a decisão final. Além disso, a juíza do júri simulado, Isabelle Fernandes, conduziu o julgamento com imparcialidade e habilidade. Ela comentou: “A minha experiência como juíza foi muito significativa na minha experiência acadêmica. Com essa oportunidade de ser juíza nesse júri, aprendi muito sobre o mundo do Direito e sobre o mundo jurídico.”

A jurada Emilly Andrade também destacou a importância de seu papel: “Ser júri no caso dos irmãos Menendez foi uma experiência enriquecedora. Apesar da delicadeza do caso, consegui abranger as informações tanto da defesa quanto da acusação, permitindo uma análise completa e crítica. Participar do júri foi totalmente necessário e um passo à frente no meu conhecimento sobre o sistema judicial e as complexidades que envolvem casos como esse.”

Jessica Furtado, uma das advogadas da defesa, compartilhou: “Foi bastante desafiador, mas esse desafio nos instruiu a lutar mais para vencer. Sabíamos que não seria fácil, mas desistir nunca foi uma opção.”

Integração acadêmica e impacto
O evento contou ainda com uma plateia de alunos do curso de Psicologia da FADESA, que acompanharam atentamente os debates e contribuíram com observações sobre os aspectos emocionais e psicológicos do caso. Promovido pela faculdade, o júri simulado foi uma metodologia prática que evidenciou a integração entre diferentes áreas do conhecimento.
A proposta de Dionis Soares, PHD em Psicologia, destacou a importância de alinhar o ensino jurídico com temas psicológicos, ampliando a compreensão do comportamento humano e seu impacto no Direito. Essa atividade prática mostrou a relevância de um ensino interdisciplinar, que prepara os alunos para desafios reais.
A vitória da defesa destacou a importância de considerar o impacto psicológico e emocional em julgamentos criminais. No caso real, os irmãos Menendez foram condenados à prisão perpétua, mas, no júri simulado, foram encaminhados para tratamento psicológico, refletindo uma visão humanitária e integrada da justiça.