Publicado em 24/05/2024 às 09:06 | Atualizado 24/05/2024 às 09:11 por felipetommyreal
Suspensão de licença pela SEMAS leva Vale a conceder férias coletivas, afetando 149 trabalhadores e causando preocupação em Canaã dos Carajás
A Vale concede férias coletivas a 149 trabalhadores da Mina do Sossego, localizada em Canaã dos Carajás, devido à suspensão da licença de operação pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (SEMAS). A decisão, que entrará em vigor no dia 13 de junho e terá duração de 30 dias, foi anunciada em uma nota oficial pela empresa. A suspensão da licença ocorreu devido ao descumprimento de condicionantes ambientais.
A Salobo Metais, responsável pela mina, tomou a decisão de conceder as férias coletivas após a SEMAS suspender as atividades de operação. A empresa reforçou seu compromisso com os controles socioambientais e a legislação vigente, afirmando que está tomando medidas para reverter a decisão e continuar contribuindo socioeconomicamente para o município de Canaã dos Carajás.
Impacto na Comunidade
A suspensão da licença e a subsequente concessão de férias coletivas geraram grande apreensão entre os funcionários da mina. Muitos temem pela continuidade de seus empregos, e a paralisação das atividades representa uma queda significativa na economia local, que depende da geração de renda proporcionada pela operação da mina.
Reações e Medidas
O presidente do Sindicato Metabase Carajás, Raimundo Nonato Macarrão, expressou sua preocupação com a situação. Ele destacou o alto nível de ansiedade entre os trabalhadores e seus familiares devido ao risco de desemprego e às condições precárias que podem surgir com a suspensão do contrato de trabalho. Em reunião com a Vale e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas e de Pesquisa e Aproveitamento de Recursos Minerais e Terciários (Stieapa), discutiram-se medidas para mitigar os impactos negativos dessa decisão.

Além das férias coletivas, a Vale cancelou processos de recrutamento para a contratação de 130 trabalhadores na Mina de Onça Puma e 115 no Sossego. Esta medida é vista como um passo inicial na contenção de custos frente à queda de receita devido à paralisação da produção. O sindicato orienta os trabalhadores a aguardarem o desenrolar do processo e a não tomarem decisões precipitadas, apesar do pânico gerado pela situação.
Audiência no STF
Na próxima segunda-feira, 27 de maio, haverá uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar a situação da Mina de Onça Puma, também interditada pela SEMAS pelos mesmos motivos que a Mina do Sossego. Os sindicatos esperam que as autoridades e o governo do Pará busquem uma solução que permita o retorno responsável das operações, garantindo tanto a proteção ambiental quanto os direitos dos trabalhadores.
Prejuízos para a Economia Local
A paralisação das atividades na Mina do Sossego afeta não apenas os trabalhadores diretos, mas também os de empreiteiras, totalizando cerca de 4 mil pessoas. Isso impacta negativamente a estabilidade das famílias, o comércio local, a rede imobiliária e a economia regional como um todo. A situação exige sensibilidade por parte do governo e das autoridades judiciais para evitar um colapso socioeconômico na região.
Compromisso com a Responsabilidade Social e Ambiental
A Vale e a Salobo Metais reafirmam seu compromisso com a responsabilidade social e ambiental. A empresa está empenhada em cumprir todas as condicionantes ambientais e em reverter a suspensão da licença de operação. A continuidade das atividades é essencial para a economia local e para o bem-estar dos trabalhadores e suas famílias.
Suspensão
A suspensão da licença de operação na Mina do Sossego e a concessão de férias coletivas pela Vale impactam significativamente a comunidade de Canaã dos Carajás. A situação requer atenção e ações coordenadas entre a empresa, os sindicatos e as autoridades para garantir a proteção ambiental, o respeito aos direitos dos trabalhadores e o desenvolvimento sustentável da região.