Publicado em 18/12/2024 às 14:04 | Atualizado 18/12/2024 às 14:04 por felipetommyreal
O real sofre forte desvalorização em 2024, marcando o quinto pior desempenho cambial em 24 anos, próximo ao cenário da pandemia.
Real desvaloriza 21,5% em 2024, acendendo alerta econômico
O real desvaloriza 21,5% em 2024, tornando-se a quinta pior queda cambial em 24 anos. A moeda brasileira enfrenta desafios econômicos e pressão cambial persistente. Segundo o índice Ptax, que mede a taxa de referência para contratos em bolsas internacionais, a moeda já acumula um desempenho próximo ao observado na pandemia da Covid-19.
O dólar chegou a R$ 6,20 nesta terça-feira (17), mas fechou em R$ 6,09, renovando a máxima histórica. O mercado segue desconfiado das políticas econômicas, principalmente devido ao pacote fiscal anunciado em 2023, que não conseguiu convencer investidores.
A influência externa sobre o câmbio
A manutenção dos juros elevados pelo Federal Reserve ao longo de 2024 atraiu capital para os Estados Unidos, dificultando ainda mais a situação do real. Com a valorização dos títulos do Tesouro americano, moedas emergentes como a brasileira sofrem perdas expressivas.
Essa dinâmica reforça o cenário de volatilidade da moeda nacional, que se desvalorizou em 15 dos últimos 25 anos. Crises políticas, recessões e impactos globais têm sido fatores constantes nesse histórico de instabilidade.
Comparação histórica preocupa analistas
O analista Einar Rivero, da Elos Ayta, destaca que o atual nível de desvalorização do real está a menos de 1% do registrado em 2020, durante a pandemia. Segundo ele, a diferença de 0,92 ponto percentual reflete uma pressão cambial persistente, agravada por desafios econômicos internos.
O histórico cambial demonstra que o real é uma moeda vulnerável a crises e volatilidade, com apenas 10 anos de valorização em 25 anos. Esses dados acendem um alerta para os desafios de longo prazo da economia brasileira.
Mercado exige medidas concretas
A falta de confiança no pacote fiscal do governo afeta diretamente o câmbio. Investidores aguardam ações mais efetivas para conter a pressão sobre a moeda. A instabilidade fiscal e as incertezas políticas seguem como principais barreiras para a recuperação do real.
Especialistas sugerem que o governo precisa apresentar medidas mais robustas e articuladas para equilibrar as contas públicas e restaurar a confiança no mercado.