Publicado em 08/08/2024 às 14:57 | Atualizado 08/08/2024 às 15:07 por felipetommyreal
Ministério Público investiga organização criminosa que envolve empresários e agentes públicos em Canaã dos Carajás, resultando na apreensão de dinheiro, armas e cheques.
A Operação Locus II, liderada pelo Ministério Público do Pará (MPPA), cumpriu 26 mandados de busca e apreensão em Canaã dos Carajás. A ação é parte de uma investigação que apura a atuação de uma organização criminosa, formada por empresários e agentes públicos, responsável por desviar milhões de reais de recursos públicos.
As investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) já duram três anos. Nesse período, o grupo constatou que a organização criminosa se estrutura em núcleos específicos. Empresários e agentes públicos da cidade agiam em conjunto, manipulando licitações e direcionando os contratos para empresas previamente escolhidas. O objetivo era desviar recursos públicos, principalmente em setores como locação de veículos, remoção de pacientes e construção civil.
A operação, denominada Locus II – fase Terra COMprometida, visou desmantelar essa rede criminosa em Canaã dos Carajás. Com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), o MPPA executou os 26 mandados de busca e apreensão, autorizados pela Vara de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA). Durante as buscas, foram apreendidos R$ 565.304,00 em dinheiro, além de €17.670, cheques totalizando R$ 309.759,90, e nove armas de fogo com munições.

Esquema Criminoso em Canaã dos Carajás
A investigação revelou que o esquema criminoso em Canaã dos Carajás envolvia não apenas empresários, mas também secretários municipais e membros do Poder Legislativo. Esses agentes públicos gerenciavam diretamente os contratos, manipulando os resultados das licitações para favorecer empresas específicas. As empresas atuavam como intermediárias, recebendo os recursos públicos e redistribuindo-os entre os membros da organização.
Medidas Cautelares e Apreensões
Além dos mandados de busca e apreensão, foram aplicadas medidas cautelares diversas da prisão. Entre elas, a suspensão de pagamentos de contratos administrativos e a suspensão das funções públicas dos investigados. Alguns investigados foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil de Canaã dos Carajás para lavratura de flagrante por posse irregular de armas.
Impacto e Continuidade das Investigações
A Operação Locus II contou com a participação de 20 promotores de justiça e 90 agentes, distribuídos em 26 equipes e 37 viaturas. As investigações, que seguem em segredo de justiça, têm como objetivo desmantelar completamente a organização criminosa, garantindo que os responsáveis sejam punidos. As investigações prosseguem em segredo de justiça.