Publicado em 19/06/2024 às 10:27 | Atualizado 19/06/2024 às 10:32 por felipetommyreal
Moeda brasileira sofre com riscos fiscais e política monetária dos EUA
O real superou o peso argentino e registrou a maior queda entre moedas emergentes em 2024. A moeda brasileira sofreu uma desvalorização de 10,54% frente ao dólar nos primeiros seis meses do ano. A insegurança do mercado em relação às contas públicas e a política monetária dos EUA são os principais fatores por trás dessa performance negativa.
No início de janeiro, o dólar era negociado a R$ 4,85. Em junho, seu valor disparou para R$ 5,42. Esse aumento reflete a insegurança do mercado em relação às contas públicas brasileiras. Apesar do crescimento da arrecadação, as despesas públicas aumentaram significativamente, resultando na fuga de capital estrangeiro.
A bolsa brasileira registrou uma saída líquida de US$ 21 bilhões (R$ 114 bilhões) nos primeiros quatro meses de 2024. Este foi o segundo pior registro desde 1982, de acordo com dados do Banco Central. Especialistas afirmam que o risco fiscal elevado é uma das principais razões para a saída de capital estrangeiro.
Impactos da Política Monetária dos EUA
Além do risco fiscal, a política monetária dos Estados Unidos também influencia a desvalorização do real. Juros mais altos nos EUA tornam os ativos norte-americanos mais atrativos e seguros para os investidores globais. Segundo Ana Debiazi, CEO da Leonora Ventures, “com expectativas de taxa de juros ainda em patamares mais altos que o normal, os investidores podem obter retornos atrativos sem necessitarem correr riscos adicionais.”
Risco Fiscal no Brasil
O relatório de macroeconomia do Itaú destaca que o risco fiscal segue elevado no Brasil. O forte crescimento de despesas obrigatórias e os limites para a expansão das receitas dificultam o cenário econômico. Mesmo com o aumento da arrecadação, a incapacidade de controlar as despesas públicas resulta em um ambiente desfavorável para investidores.
Comparação com Outras Moedas Emergentes
Confira as maiores quedas das moedas emergentes frente ao dólar em 2024:
- Brasil: -10,54%
- Argentina: -10,48%
- Turquia: -10,12%
- México: -8,50%
- Tailândia: -6,95%
- Coreia do Sul: -6,52%
- Indonésia: -5,67%
- Colômbia: -4,87%
- Chile: -5,73%
- Hungria: -5,77%
Esses números mostram que o real sofreu a maior queda entre moedas emergentes. A combinação de fatores internos e externos torna o cenário econômico do Brasil ainda mais desafiador.
Emergentes
Em resumo, o real teve a maior queda entre moedas emergentes em 2024. A desvalorização de 10,54% frente ao dólar reflete a insegurança do mercado em relação às contas públicas e a política monetária dos EUA. O risco fiscal elevado e a fuga de capital estrangeiro contribuem significativamente para esse cenário negativo. Investidores buscam ativos mais seguros, impactando ainda mais a moeda brasileira.