Publicado em 18/10/2024 às 07:52 | Atualizado 18/10/2024 às 07:52 por felipetommyreal
Hezbollah declara intensificação da guerra com Israel, após operação militar que matou líder do Hamas, Yahya Sinwar.
O Hezbollah anuncia nova fase da guerra com Israel, aumentando as tensões no Oriente Médio. A declaração ocorreu após a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, por uma operação israelense. O grupo apoiado pelo Irã afirmou que, desde o início das operações terrestres, já matou 55 soldados israelenses e feriu 500, mostrando a escalada no conflito.
O anúncio do Hezbollah, porém, não mencionou diretamente a morte de Yahya Sinwar, líder do Hamas, morto no dia 16 de outubro em uma operação realizada por Israel na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. A morte do líder palestino foi um dos episódios mais significativos do conflito recente, e a resposta do Hezbollah marca um novo capítulo nas tensões da região.
Conflito se intensifica no Oriente Médio
A escalada no conflito entre Israel e o Hezbollah faz parte de um cenário maior de instabilidade no Oriente Médio. O ataque com mísseis iranianos contra Israel, no início de outubro, desencadeou uma nova fase nas hostilidades. De um lado, Israel conta com o apoio dos Estados Unidos; do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio do Irã e reúne grupos como o Hezbollah no Líbano, Hamas na Faixa de Gaza, e outras milícias na Síria, Iêmen e Iraque.
Atualmente, há sete frentes de conflito abertas no Oriente Médio, envolvendo diretamente o Irã, Hamas, Hezbollah, milícias na Síria e no Iraque, além dos Houthis no Iêmen e grupos militantes na Cisjordânia. Israel, por sua vez, está envolvido em três dessas frentes diretamente: Líbano, Faixa de Gaza e Cisjordânia. Nas outras quatro, realiza ataques aéreos contra os grupos aliados ao Irã.
Mortes aumentam no Líbano e Gaza
Desde o início das operações terrestres, Israel tem intensificado suas ações no Líbano. No dia 30 de setembro, o exército israelense iniciou uma operação terrestre limitada no sul do Líbano, após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, durante um bombardeio ao quartel-general do grupo em Beirute. Nas semanas seguintes, as Forças de Defesa de Israel afirmaram ter desarticulado grande parte da liderança do Hezbollah por meio de ataques aéreos direcionados.
No dia 23 de setembro, o Líbano enfrentou o dia mais violento desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais. Em meio ao caos, dois adolescentes brasileiros foram mortos, o que levou o Itamaraty a condenar a violência e pedir o fim imediato das hostilidades.
A situação na Faixa de Gaza também se agravou. Após o ataque do Hamas em 7 de outubro, que deixou mais de 1.200 mortos em Israel, o governo israelense iniciou uma ofensiva militar para desmantelar o grupo. Desde então, mais de 40 mil palestinos perderam a vida, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Resposta internacional e repatriação de brasileiros
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou que está realizando uma operação de repatriamento para retirar brasileiros que estão no Líbano, buscando proteger seus cidadãos em meio à escalada do conflito.
Além disso, a comunidade internacional tem demonstrado preocupação com a intensificação do confronto entre Israel e o Hezbollah. Embora o Irã tenha expressado apoio aos grupos do Eixo da Resistência, outras nações têm chamado por um cessar-fogo imediato para evitar mais mortes civis.
O futuro do conflito
Com o Hezbollah anunciando uma nova fase de sua guerra contra Israel, e as operações terrestres israelenses avançando em diferentes frentes, o conflito parece estar longe de um fim. A morte de líderes importantes, como Hassan Nasrallah e Yahya Sinwar, intensificou as hostilidades, mas também abre caminho para novas ações e represálias de ambos os lados.
Diante desse cenário, a guerra no Oriente Médio continua sendo um dos conflitos mais complexos e perigosos do mundo, com consequências imprevisíveis para a região e o cenário global.