Publicado em 18/12/2024 às 19:09 | Atualizado 18/12/2024 às 19:09 por felipetommyreal
A moeda americana alcança R$ 6,29, renovando recorde histórico; Ibovespa registra queda de 3,15% em meio a incertezas fiscais.
Dólar alcança R$ 6,29 e Ibovespa despenca
O dólar fecha em R$ 6,29 nesta quarta-feira (18), renovando a máxima histórica e agravando o clima de instabilidade no mercado financeiro brasileiro. A moeda americana disparou 2,78%, atingindo o maior valor desde a criação do Plano Real, em 1994. O Ibovespa, por sua vez, caiu 3,15%, encerrando o dia com 120.771 pontos, o pior patamar desde junho do ano passado.
Esse aumento do dólar foi impulsionado pela reação dos investidores ao corte de 0,25 ponto nos juros anunciado pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos. A sinalização do Fed de que novos cortes devem ser reduzidos em 2025 contribuiu para a alta. O temor de que o Congresso possa esvaziar ou não aprovar novas medidas fiscais neste ano também ampliou a pressão sobre o câmbio.
Fed anuncia corte e eleva tensão
O Federal Reserve anunciou a redução de juros, cortando 0,25 ponto percentual. Esse movimento impactou diretamente os mercados globais e contribuiu para a valorização do dólar frente ao real. O corte foi recebido com cautela, já que o Fed indicou que as reduções podem ser limitadas em 2025, elevando a percepção de risco entre investidores.
O dólar alcançou na máxima do dia R$ 6,29 e teve como mínima R$ 6,09. Na terça-feira (17), o dólar à vista já havia registrado uma leve alta de 0,10%, encerrando o dia a R$ 6,0982. A expectativa de desaceleração econômica nos EUA também pressiona as moedas de mercados emergentes, como o real brasileiro.
Ibovespa despenca com incertezas fiscais
O índice Ibovespa refletiu o pessimismo dos investidores e registrou uma forte queda de 3,15%, voltando aos níveis de junho do ano passado. A aprovação do texto-base de uma das propostas do pacote fiscal na Câmara dos Deputados foi ofuscada pelas incertezas sobre a aprovação completa do projeto e sua implementação.
O mercado financeiro segue apreensivo, temendo que as novas medidas fiscais sejam barradas ou esvaziadas no Congresso. Essa instabilidade compromete a confiança de investidores e impulsiona a fuga de capitais, o que pressiona ainda mais a alta do dólar.
Perspectivas para o mercado
Com o dólar fechando em R$ 6,29, analistas apontam que o cenário fiscal brasileiro é o principal fator de instabilidade. A busca por maior clareza sobre as políticas econômicas do governo e a expectativa em relação ao comportamento do Congresso devem continuar ditando os rumos do mercado.
As próximas semanas serão cruciais para observar como as ações do governo e as movimentações globais impactarão a economia brasileira. A recuperação do Ibovespa e a estabilidade do câmbio dependem, em grande parte, da aprovação efetiva das medidas fiscais.
Resumo do cenário atual
- Dólar: Fechou em R$ 6,29, alta de 2,78%.
- Máxima e mínima: R$ 6,29 e R$ 6,09, respectivamente.
- Ibovespa: Caiu 3,15%, encerrando em 120.771 pontos.
- Fatores: Corte de juros do Fed e incertezas sobre o pacote fiscal no Brasil.