Publicado em 24/04/2024 às 23:58 | Atualizado 25/04/2024 às 17:27 por felipetommyreal
Moeda americana sobe em meio ao aumento das taxas dos Treasuries; Ibovespa tem leve declínio, com destaque para o desempenho da Vale.
O dólar retoma sua trajetória de alta e encerra o dia a R$ 5,15, enquanto o Ibovespa registra uma queda de 0,33%. Os investidores estão atentos aos novos dados de inflação nos Estados Unidos. Após três dias consecutivos de queda, o dólar fecha em alta, seguindo a tendência de fortalecimento da moeda americana no mercado externo e o aumento das taxas dos Treasuries, em meio a um dia de leilão de títulos nos EUA.
O dólar encerra o dia cotado a R$ 5,1492, registrando um aumento de 0,40%. No acumulado de abril, a moeda americana apresenta uma elevação de 2,66%. Enquanto isso, o Ibovespa apresenta um leve declínio, com o desempenho positivo da Vale compensando parcialmente o movimento dos títulos do Tesouro. Os agentes financeiros aguardam os dados dos Estados Unidos para obterem mais insights sobre as próximas ações do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
O índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa, fecha o dia com uma queda de 0,33%, atingindo 124.740,69 pontos. O desempenho negativo é mitigado pelas ações da Vale, impulsionadas pela recuperação do minério de ferro na China, e antes da divulgação do balanço da empresa. No ponto mais alto do dia, o Ibovespa alcançou 125.472,55 pontos.

Nos últimos três dias úteis, o dólar registrou uma queda de 2,33%, revertendo parte dos ganhos anteriores, relacionados à expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve e aos riscos fiscais no cenário doméstico. Atualmente, os operadores precificam apenas dois cortes de 0,25 ponto percentual nos juros dos EUA, em contraste com as apostas anteriores que chegavam a 1,50 ponto percentual de afrouxamento monetário ao longo do ano.
O aumento das taxas de juros nos EUA tende a beneficiar o dólar, tornando os rendimentos dos Treasuries mais atrativos e atraindo investidores para os mercados americanos. A expectativa agora se volta para a divulgação dos dados do índice de inflação PCE na sexta-feira, e, antes disso, para os números do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA referentes ao primeiro trimestre, que serão divulgados na quinta-feira.
No Brasil, os investidores permanecem atentos às perspectivas de política monetária, especialmente após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertar sobre o aumento das incertezas, que poderiam desacelerar o ritmo de afrouxamento monetário. Essa perspectiva levou a uma elevação nas projeções de mercado para a taxa Selic no final do ano. Um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil pode ser positivo para o real, ao preservar melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, porém, esse aspecto positivo pode ser compensado pelo elevado risco fiscal que motivou a revisão das projeções sobre os juros.