Publicado em 29/04/2024 às 20:25 | Atualizado 29/04/2024 às 20:25 por felipetommyreal
Negociações intensas na Arábia Saudita visam pôr fim à guerra devastadora e liberar reféns.
Autoridades árabes e ocidentais estão se reunindo na Arábia Saudita para discutir um cessar-fogo e a libertação de reféns, quase sete meses após a devastadora guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. O conflito foi desencadeado quando militantes do Hamas invadiram Israel em 7 de outubro, resultando em aproximadamente 1.200 mortes e 253 reféns, de acordo com fontes israelenses.
Os Estados Unidos, o Egito e o Catar têm atuado como mediadores nas negociações de trégua desde janeiro, com outros países também envolvidos.
Um acordo anterior resultou em uma pausa de uma semana nos combates em novembro, durante a qual o Hamas libertou mais de 100 reféns e Israel soltou cerca de 300 prisioneiros palestinos.
O ministro das Relações Exteriores francês, Stephane Sejourne, relatou na segunda-feira (29) que as negociações estão avançando com ministros árabes e ocidentais em Riad.
Enquanto isso, uma delegação do Hamas esteve no Cairo para discutir a mais recente proposta de cessar-fogo e a resposta de Israel à medida.
No entanto, ambas as partes ainda mantêm divergências em questões-chave relacionadas ao acordo.
Importância do Acordo
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu argumenta que a campanha militar de Israel se concentrará em Rafah, a última cidade em Gaza não ocupada pelas tropas israelenses, onde a maioria dos deslocados palestinos está abrigada.
Agências de ajuda humanitária e aliados ocidentais de Israel temem que um ataque a Rafah agrave a crise humanitária em Gaza, intensificando a pressão internacional por uma trégua.
A continuação dos combates dificulta qualquer esforço para melhorar a terrível situação humanitária em Gaza, com o Programa Mundial de Alimentos alertando na semana passada que partes do norte do enclave ainda enfrentavam escassez de alimentos.
Foto reprodução O Cafézinho – Judeus carregando bandeira de Israel e uma pessoa empunhando uma bandeira Palestina.
Cessar-fogo
A principal divergência entre as partes é sobre as condições para um cessar-fogo.
Israel indicou estar disposto a aceitar uma interrupção temporária dos combates durante uma troca de reféns e prisioneiros. No entanto, Netanyahu está determinado a não encerrar a campanha militar até alcançar uma “vitória total” sobre o Hamas, incluindo um ataque a Rafah e a manutenção de controle de segurança sobre Gaza.
Por outro lado, o Hamas insiste em um cessar-fogo permanente que encerre a guerra e inclua a retirada das tropas israelenses de Gaza.
Reféns e Prisioneiros
Netanyahu e seus ministros afirmam que qualquer acordo deve garantir o retorno de todos os reféns que Israel afirma estar em Gaza. Em troca, o Hamas busca a libertação em larga escala de palestinos detidos por Israel.
As negociações abordam a proporção de prisioneiros a serem libertados por refém, o cronograma das libertações e a inclusão de palestinos condenados por violência grave.
Outras Questões
O Hamas busca outros compromissos, como o retorno dos deslocados a suas casas, aumento da ajuda humanitária e um programa de reconstrução para lidar com os danos causados pelos bombardeios israelenses.
No entanto, o plano pós-guerra de Netanyahu condiciona a reabilitação de Gaza à desmilitarização total do enclave, algo improvável de acontecer conforme exigido pelo Hamas.